Alegoria ao Rio Douro

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Voz

Fernando Rocha

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Localização

Avenida da Liberdade (lago da ala poente)

Tipologia

Estatuária – figura alegórica

Inauguração

Desconhecida

Encomenda

Câmara Municipal de Lisboa

Caraterização e descrição

Estátua-fonte, de pedra, colocada no topo de um lago na faixa poente da Avenida. De escala superior ao natural, representa uma figura masculina (um ancião) com capelo farto e longas barbas, à semelhança de um deus.

Encontra-se sentada e tem o braço direito apoiado numa grande bilha, donde jorra água que escorre em cascata sobre as pedras que rematam o lago e sobre a vegetação.

Trata-se de uma escultura figurativa de caráter alegórico, que simboliza o Rio Tejo com toda a sua força e pujança.

A obra, tal como outra alusiva ao Rio de Douro (faixa poente), foi realizada pelo escultor Alexandre Gomes, em 1780.

Na origem, destinava-se ao Chafariz do Campo de Santana, que nunca chegou a ser construído. Guardada nos armazéns das Obras Públicas, foi posteriormente reutilizada no arranjo do Passeio Público da cidade, sob coordenação do arquiteto camarário Malaquias Ferreira Leal.

Juntamente com a alegoria do Rio Tejo, era uma das obras colocadas nos pitorescos lagos do romântico bosque do renovado Passeio Público, inaugurado pela Rainha D.ª Maria II em 4 de abril de 1838.

Com a destruição do Passeio Público, em 1879, deu-se início à abertura da Avenida da Liberdade, um grande projeto urbanístico coordenado pelo engenheiro Ressano Garcia.

Em 1883 o Passeio já estava completamente destruído e as estátuas retiradas e guardadas no acervo da Câmara Municipal.

A colocação desta obra fez-se no contexto de posterior arranjo da Avenida da Liberdade.

Trata-se de uma obra Neoclássica, esculpida em pedra e alusiva a um elemento geográfico (rio) representado através de uma figura humana, de aspeto vigoroso.

Preserva a memória do Passeio Público, projetado e construído no século XVIII, no âmbito da cidade pombalina e reformulado no século XIX, de acordo com a estética do Romantismo, para acolher a nova sociedade lisboeta.

Tema / Homenageado

Rio Douro (alegoria)

Autor

Escultor Alexandre Gomes (1741-1805)

Observações / informações complementares

No espaço público urbano da cidade, podemos encontrar outra representação alegórica do Rio Douro, numa das figuras escultóricas do Arco da Rua Augusta (lado direito do arco), obra do século XIX, da autoria do escultor Anatole Calmels.

Informação do Centro Nacional da Cultura