Alegoria ao Rio Tejo
Voz
Vasco Morgado
Localização
Avenida da Liberdade (lago da ala nascente)
Tipologia
Estatuária – figura alegórica
Inauguração
Desconhecida
Encomenda
Câmara Municipal de Lisboa
Caraterização e descrição
Estátua-fonte, de pedra, colocada no topo de um lago na ala nascente da Avenida. De escala superior ao natural, representa uma figura masculina (um ancião) com capelo farto e longas barbas, à semelhança de um deus.
Encontra-se sentada e segura no braço direito uma grande bilha, donde jorra água que escorre em cascata sobre as pedras que rematam o lago e sobre a vegetação.
A obra, tal como outra obra similar, alusiva ao Rio de Douro (faixa poente), foi realizada pelo escultor Alexandre Gomes, em 1780. Na origem, destinava-se ao Chafariz do Campo de Santana, que nunca chegou a ser construído. Guardada nos armazéns das Obras Públicas, foi posteriormente reutilizada no arranjo do Passeio Público da cidade, sob coordenação do arquiteto camarário Malaquias Ferreira Leal.
Juntamente com a referida alegoria do rio Douro, era uma das obras colocadas nos pitorescos lagos do romântico bosque do renovado Passeio Público, inaugurado pela Rainha D.ª Maria II em 4 de abril de 1838.
Com a destruição do Passeio Público, em 1879, deu-se início à abertura da Avenida da Liberdade, um grande projeto urbanístico coordenado pelo engenheiro Ressano Garcia.
Em 1883 o Passeio já estava completamente destruído e as estátuas retiradas e guardadas no acervo da Câmara Municipal.
A colocação desta obra fez-se no contexto de posterior arranjo da Avenida da Liberdade. Trata-se de uma obra Neoclássica, esculpida em pedra e alusiva a um elemento geográfico (rio) representado através de uma figura humana, de aspeto vigoroso.
Preserva a memória do Passeio Público, projetado e construído no século XVIII, no âmbito da cidade pombalina e reformulado no século XIX, de acordo com a estética do Romantismo, para acolher a nova sociedade lisboeta.
Trata-se de uma escultura figurativa de caráter alegórico, que simboliza o Rio Tejo com toda a sua força e pujança.
Tema / Homenageado
Rio Tejo (alegoria)
Autor
Escultor Alexandre Gomes (1741-1805)
Observações / informações complementares
No espaço público urbano da cidade, podemos encontrar outra representação alegórica do Rio Tejo, numa das figuras escultóricas do Arco da Rua Augusta (lado esquerdo do arco), obra do século XIX, da autoria do escultor Anatole Calmels.