Viana da Mota

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Voz

José Pedro Vasconcelos

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Localização

Jardim do Torel 

Tipologia

Busto sobre plinto 

Inauguração

22 de abril de 1957 

Encomenda

Câmara Municipal de Lisboa

Caraterização e descrição

Busto de bronze assente sobre plinto de pedra, instalado numa base em degraus.

Trata-se de uma obra escultórica em bronze, realizada em 1953 e colocada em 1957.

A figura do homenageado é interpretada com fidelidade fisionómica e vestida com fato, com formalidade de própria de um compositor e intérprete.

Na face principal do plinto, surge uma inscrição na pedra, com identificação e cronologia do homenageado, seguidas da frase: “Viana da Mota insigne pianista mestre dosa músicos do seu tempo”. 

Tema / Homenageado

José Viana da Motta (S. Tomé Príncipe 22 de abril de 1868 – Lisboa 1 de junho de 1948) - pianista, compositor e professor 

Uma das principais figuras da cultura musical em Portugal e na Europa, revelou desde muito cedo a sua vocação.

Fez a sua primeira composição musical aos cinco anos, que dedicou a D. Fernando II e à Condessa de Edla, de quem foi protegido.

Estudou no Conservatório Real de Lisboa e, em 1882, seguiu para a Alemanha, onde frequentou instituições dedicadas ao ensino da música, em particular de piano.

Marcante foi o estágio com Franz List, em 1885. 

Entre 1886 e 1945, desenvolveu intensa atividade no país e no estrangeiro.

Em 1886 fez a primeira digressão internacional na Europa, em 1892 nos Estados Unidos da América e em 1896 no Brasil.

Como compositor, a sua obra é vasta e diversificada e, como intérprete, apresentou-se sempre com grande sucesso.

Compunha e executava a próprias obras. Um dos aspetos que o destacou foi o reaportuguesamento da música erudita portuguesa.

Em 1894, apresentou em Lisboa a Sinfonia “À Pátria”, que se tornou uma das obras mais conhecidas. 

Foi professor da Escola Superior de Música de Genebra e diretor do Conservatório Nacional de Lisboa, onde formou discípulos como Fernando Lopes Graça, Helena Sá e Costa e Carlos Sequeira Costa. Dirigiu a Orquestra Sinfónica de Lisboa. Ao longo da vida, dedicou-se também à investigação e à História da Música. 

Em reconhecimento da sua ação, em Portugal, foi distinguido como Grande-Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada e como Grande Oficial da Ordem de Cristo.

Na Alemanha, o Duque de Saxe-Coburgo-Gota concedeu-lhe o título de "Hofpianist" (pianista da Corte). 

Em memória do compositor, foi instituído, em 1957, pelo seu discípulo Sequeira e Costa, o Concurso e Prémio Internacional Viana da Mota. 

A imagem de Viana da Mota foi eternizada em 1928 pelo retrato do músico, sentado ao piano, pintado por Columbano Bordalo Pinheiro, que atualmente faz parte da Coleção do Museu do Chiado – Museu Nacional de Arte Contemporânea. 

Os restos mortais de Viana da Mota ficaram sepultados no Cemitério do Alto de São João, mas em 2016 foram trasladados para um jazigo no Cemitério dos Prazeres. 

Autor

Anjos Teixeira, filho (Paris 11 de maio de 1908 – Sintra 20 de março de 1997) – escultor e professor 

Pedro Anjos Teixeira é filho de Artur Anjos Teixeira, outro escultor com o mesmo apelido.

Nasceu em Paris, onde o seu pai se encontrava a completar a formação artística.

Concluiu o curso de Escultura da Escola de Belas Artes de Lisboa em 1948.

Foi professor de Modelação e Desenho no Ensino Industrial em Lisboa, nas escolas António Arroio, Francisco Arruda e Pedro de Santarém, docente da Academia de Belas Artes da Madeira e jornalista do “Notícias da Madeira”. 

Em simultâneo, começou a trabalhar no atelier do pai e, mais tarde, em atelier próprio.

Participou em exposições e, a partir da morte do pai, em 1935, dedicou-se preferencialmente à Escultura.

Foi distinguido pela Sociedade Nacional de Belas Artes com a Medalha de Honra em Escultura e com a segunda Medalha em Desenho.

Recebeu também o Primeiro e o Segundo Prémios Soares dos Reis e o Primeiro Prémio Rocha Cabral, atribuídos pela Academia de Belas Artes de Lisboa. 

Insere-se no percurso do Naturalismo, com algumas interpretações que sugerem claramente o caminho para Neorrealismo.

Tem obra pública no Funchal, em Sintra e em Leiria. Em Lisboa, para além do busto de Viana Mota, é também o autor do busto de Adolfo Simões Muller no Jardim das Amoreiras (Jardim Marcelino Mesquita) e da escultura que representa um nu feminino, junto ao à Estufa Fria no Parque Eduardo VII, instalada em 1970 por iniciativa camarária. 

Deixou à Câmara Municipal de Sintra um enorme legado composto por uma obra artística diversificada, que deu origem ao Museu Anjos Teixeira, instalado no local que foi espaço de vivência e de criação de Pedro Anjos Teixeira, onde o próprio escultor recebia visitantes e acolhia discípulos.

O acervo é composto por obras dos escultores Anjos Teixeira (pai e filho) e abrange documentação, estudos e modelos de peças de escultura, desenhos, coleção de medalhística, fotografia e pintura. Tem exposição permanente e realiza exposições temporárias com caráter temático. 

Observações / informações complementares

A obra localiza-se no Jardim do Torel, um local aprazível na Colina de Santana, que se configura como um magnífico miradouro sobre o vale da Avenida da Liberdade, virado para a colina do Carmo, o Bairro Alto e o Jardim de S. pedro de Alcântara. 

Informação do Centro Nacional da Cultura